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sexta-feira, 24 de junho de 2011

MAGIA DA NOITE!

Amo-te,
silêncio da noite!
quietude da noite!
solidão da noite!
Escuro peregrino
escorrendo nas pedras lavadas
em lágrimas azuis!
Amo-te,
lua
minha escrava
confidente
rainha...
Amo-te
pios nocturnos
mochos e corujas
em campanários de estrelas
E amo-te
sussurro vazio
que corres no fio da lua...
Que pare o dia
Que a noite é a rainha.!..
...E a noite vai caindo lentamente
acompanhando a quietude do pensamento
onde só a janelas dos olhos penetra...
lendo os compassos
e vicissitudes da vida
com mais paixão, mais lucidez...
...E tento penetrar nesta amálgama...
... A imaginação mergulha
e deixo-me viajar
aproveitando os ventos da solidão...
...E no canto de mim
guardo as memórias...
...E no canto de mim
florescem momentos de felicidade
que partilho em segredo
com os sabores da madrugada....
Deixo-me levar pela saudade
adormecendo nos seus braços.
Acordo na nuvem do tempo
que se desfaz
... com o pó do dia...
Vem...
oh, noite companheira
alimenta
esta magia!...

                                 Manuela Barroso  -   In "Eu poético III"




sexta-feira, 17 de junho de 2011

RASGANDO A TERRA


A terra ainda  não acordou  do seu longo pousio...
O sol aquece-lhe as entranhas preparando-a para mais um êxtase à vida....
...E Junho desperta essa sensação de plenitude, numa comunhão entre o homem e o planeta.
...E o tempo atravessa memórias escondidas neste  iceberg inconsciente onde se fecham imagens sinestésicas do tempo que foi...
Deixo fluir esta sensação estranha e distante onde se cruzam vozes do arado e cor e ritmos e cheiros a erva moída pela máquina artesanal que vai rasgando a terra com a ajuda da força hercúlea e penosa de bestas , numa batalha entre o Homem, as suas sinergias e o solo ...
O chão verde do campo anoiteceu com a terra revolvida, escurecida pelo húmus, agora  preparada como ventre de vida...
...Enquanto o sol vai queimando corpos, a luz penetra a terra , num despertar das sementes adormecidas, para mais uma festa da Natureza...
...E estalam as cores em pétalas de fogo, explodindo  o pólen num abraço sensualmente discreto...
E o tempo flui tão mansamente
Que de repente
Sou outro Junho...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

ABSTRAÇÕES


                                                                          Alguém
Algures
Secretamente ausente
Presença In(discreta)
Abstrato
No timidamente agora.
Distância serena
No enigma concreto
Poético!
Sublime cântico dos sentidos
 Hinos de (e)terna sedução 
Asas suspensas em nuvens azuis
Tempos templos e códigos desiguais
Palavras estrelas
Cometas sensuais
Planetas fugidios
Em espaços quase siderais...
   
                                             Manuela Barroso

segunda-feira, 6 de junho de 2011

OLHA..


Foto de Helena Chiarello in "Fotografismos"
"Enquanto o sol busca o descanso
a bruma, com seu jeito manso
começa o seu despertar..."
 

OLHA O SOL
Olha o sol que vai nascendo
Olha o orvalho das manhãs
Olha o verde destes prados
E a giesta dos montes
E a água fria das fontes
E o coaxar das rãs...
Olha a tarde caindo calma
Olha a brisa que serpenteia
Olha o sol morrendo aos poucos
Olha Vénus que se passeia...
Olha a noite que vai nascendo
Olha a lua fixa e calma
Os salpicos das estrelas
E a paz que te enche a alma...
Olha a brisa suave e doce
Enfunando tuas velas
Olha a música da aurora
Olha o Amor que respiras
Olha o Universo Presente
Em coisas pequenas...tão belas...

                        Maio 2003 “ Eu poético I"