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sábado, 25 de julho de 2015

Voo



Como num voo assimétrico no sopé
que contorna o declive das escarpas,
vais percorrendo o instinto da maré
que penetra na areia como farpas.  

descalço os pés brancos das ninfas belas
e na catedral da areia do chão
ergo os meus castelos, danço como elas
enquanto namoras a liberdade da ilusão

 na imagem que se pinta na espuma,
nas pegadas escritas na paisagem,
colho os beijos das conchas nas dunas.     

no areal escreves sonhos que não vi
por ser longa a distância da memória
ao querer ainda me lembrar de ti.


Manuela Barroso, Antologia "Mar à Tona"