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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SILÊNCIO AINDA

Deixo a luta entre a cor e a música...
...E de novo reina a paz na escuridão. E permaneces lá, aqui, sempre disponível...
...E não ficas cansado por esperar! E esperas sempre tanto!
Deambulo por esta casa interior, procuro-te devagarinho.
Retiro as pedras do meu peito e nelas planto flores.
E fico em mim, agora no prado do coração.Sinto o cheiro das rosas, que vejo espalharem-se na calma que começa a descer em mim.
E a paz começa a florir neste roseiral que quero cultivar!
E sorrio.
Começas a aparecer. Sorris também. Sóbrio e terno como um companheiro. Elegante e sóbrio como um cavalheiro.
E deixo-me cair nos teus braços, cansada de esperar agora por ti!
Eu sim, espero por ti, sabes?
...E fico deliciada coma tua voz!
...Enternecida com o teu amor acolhedor!
Perco-me no tempo que é um dos teus segredos que partilhas comigo.
E ouço-te.
E não me canso de ti. Não me canso contigo!
...porque toda a vida te senti...
Este TU, Silêncio se chama
Ele é a voz de quem ama...
Voz ausente? Presente?
Depende de quem sente...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O INVERNO E EU

Agora é tempo de esquecer flores e amores!
É tempo de hibernar!
Toda a Natureza que nos acaricia e potencializa os nossos sentidos, começa a diluir-se numa cadência calma acompanhando o ritmo do dia e da noite. Vai-se apagando aos poucos, vai adormecendo, entrando numa letargia... fazendo parar a vida!
Tudo pára , tudo se aquieta, se acalma, excepto a força da chuva e dos ventos que tentam sacudir este sono letárgico.
Mas tudo permanece fiel ao ciclo do tempo.
Excepto eu, excepto tu!
Não respeitamos a dolência do estio.
Não apreciamos a melancolia suave e terna do outono.
Não "hibernamos" com a fustiga do inverno inclemente...
Ele está aí, batendo na vidraça, anunciando o seu mau humor. Mas para ti, para mim, tudo funciona como se fosse primavera, uma falsa primavera.
E enfrentamos o tempo com a chuva a chorar em nós e o frio e a neve a encolher-nos o corpo ressequido pelo vento agreste.
E sonhamos.
Enquanto lá fora tudo espera pelo despertar da vida, aqui espero também pelo despertar em mim!..
E espreito a vidraça onde escrevo o meu nome, o teu nome, enquanto os campos, os jardins foram peneirados com flocos de neve!..
Aqui, junto às chamas, as labaredas crepitam com estalidos como foguetes, em sintonia com o meu conforto acompanhado de um chá e scones mornos com compotas do meu quintal...
E o mundo pára. E eu parei!
...E vem a noite. A eterna e terna noite.
Tempo de quietação. Tempo de mim. Tempo de sono e de sonhos!
Desperto.
A mente vagueia e fico atenta às suas viagens deslumbrantes...
...E deixo-me levar nas pálpebras da noite, nas fantasias da noite. É como se neste inverno noctívago me fosse permitido ter asas...
E deixo-me embalar pelos filmes que a imaginação constrói. Observo...
...E enquanto o vento corre, o seu silvo acorda-me deste tipo de pensamento hipnótico...
...E volto ao aqui e ao agora.
A revolta mistura-se com a indignaçaõ. O sonho não passou disso mesmo: pesadelos!
Volta o dia.E não quero mais sonhar. Quero enfrentar o tempo que endureça a minha alma porque a imaginaçaõ é o espaço onde se divertem os pensamentos, criando fantasias...
Resolvi calar o ego...
Dar eco ao que eu sou...
...Ou quero ser...