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domingo, 31 de outubro de 2010

SENSAÇÕES


Já não sinto a areia quente da praia
Já não espraio o meu olhar pelo mar
Está vazio
E frio
É a solidão
Em noite de luar.


As ondas já não beijam os meus pés,
Rodopiam a rocha estática, impiedosa
Caindo abruptas, insensívéis
Esvaindo-se pelo mar fora...


Embrulho os meus olhos no meu xaile
Enterro os meus segredos nesta areia
E junto as flores que me ofereceste
Esperando a viagem da maré cheia!
...E as pétalas fogem aos poucos pelo mar
E fico assim...
Sem mim.




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DE MIM


O sol já deita os olhos nas colinas que eu abraço...

...e a luz vai baixando oblíqua...num cansaço, num azul de céu transparente e doce que cobre a terra aqui , vestida de verde paz!
...e dos braços das árvores que abraçam o meu jardim, desprende-se uma e outra folha que baloiça graciosamente, pousando no chão, aconchegando-se placidamente a outras folhas irmãs...
E na melancolia deste tempo que cai, há uma metamorfose de vida com miscelânia de cores intemporais...
E tu, relva minha e meu regaço, tão sequiosa no verão, abandonas o teu ritmo mas não a tua vida! Cresces com passos lentos guardando em ti os segredos que te penetram...

...E a consciência do tempo levou as minhas andorinhas e com elas toda a sinfonia dos melros, piscos e tentilhões!
...fico aqui à vossa espera e quero não vos dizer adeus!
...e olho para o vazio do azul e vejo as núvens patinando em ondas caprichosas que deslizam suavemente pelo ar!

Tudo é harmonia!
Tudo está no seu tempo!
Tudo está no seu momento!
Tudo é igual e diferente cada dia!

domingo, 10 de outubro de 2010

ESCOLA(S)


Os dias não podiam ser monótonos.
Havia sempre uma variante ditada por um novo horário que tinha o capricho de criar uma certa pitada de ansiedade em cada ciclo lectivo que se iniciava. Essa variante tornava-se mais ou menos stressante conforme o tipo de turma que "acontecia" naquele dia.
Numa sociedade multifacetada como a de hoje o trabalho pedagógico é árduo, ingrato.
É profundamente desolador, que esta sociedade não reconheça no docente o elo imprescindível que liga o discente à escola.
Considerado trabalho fácil, por quem ignora a escola de hoje, trabalhar com turmas de cerca de 25 alunos ou mais, com o seu ritmo, vivências pessoais, familiares, culturais, educacionais e o mais difícil ,emocionais...
Sim, emocionais!
Neste xadrês escolar, um dado que não esteja enquadrado, desiquilibra todo o jogo!E a transmissão de saberes fica anquilosada logo à partida por um único desajuste...
A inteligência emocional tem aqui uma fução única:
Ela repõe o equilíbrio
Ela reforça a empatia.
Ela transmite confiança
Ela é solidária.
...E vai-se contornando a agressividade , compreendendo as emoções, derrubando muros de hostilidade...
E só o tempo, esse, nos dá a sapiência para resolver, desdramatizando pontuais coflitos...
E no fim fica um vínculo feito de compreensão e solidariedade!
A ciência fica esperando mais e mais...
O amor vai sendo semeado com a partilha das emoções...
E a sociedade vai esperando mais saberes, mais ciência, mais consolidação...
Mas ganha desta forma valores humanos que se reencontram ,eles próprios, e não seres errantes que deambulam como autómatos...
Presenciei, logo, confirmo.
Sinto uma enome paz pelo dever bem cumprido
Um beijo enorme aos jovens que me ajudaram a ser cada vez mais!
Passado e saudades de mãos dadas!